Já contei muitas historias
Porem não estou cansado
Hoje vou contar mais uma
Nos meus versos improvisados
Trazendo hoje o presente
Com a busca no passado
Foi lá em setenta e seis
Bem lá na década de setenta
Famílias aqui chegaram
E enfrentando tormenta
Sem Saber que enfrentaria
Um Grande desatento
O sonho dos agricultores
Era conquistar a terra
Para o sustento da família
Vivendo distante da guerra
Mas a esperança de pobre
Em pouco tempo se encerra
Logo que os agricultores
Começaram seu roçado
Chegaram então os jagunços
Armando uma emboscada
Para espantar os trabalhadores
De um direito conquistado
Houve ali muitos conflitos
Trocas de tiro também
Cada um se defendiam
Pelo direito que tem
Pela força do Divino
Quase não morreu ninguém
Houve muitos ferimentos
Entre jagunços e posseiros
Posseiros lutam com f orça
Com garra de justiceiros
Jagunço luta fazendo
Defesa dos fazendeiros
Enquanto isso os chagunços
Vinham armados ate os dentes
Os trabalhadores nas roças
Esperavam sorridentes
Com foice, enxada e machado.
Uma luta frente a frente.
Muitos já tinham cazebres
Tinha porco nos cercados
Galinhas em volta dos ranchos
Ciscavam por todos os lados
Os trabalhadores já sentiam
Um sonho realizado
Com a chegada dos jagunços
Os sonhos foram se acabando
Foi virando pesadelo
Muitas crianças chorando
Muitas mães desesperadas
Em casa maridos esperando
Nos barracos mães de famílias
Cuidava dos seus guisados
Nas palhoças estavam os filhos
Esperando o bom bocado
No mato estavam os maridos
Cuidando dos seus roçadosS e achando em desespero
Se valia em oração
Com a esperança em Deus
Com amor no coração
Com certeza de um dia
Poder viver sem patrão.
Os pistoleiros que atacavam
A mando dos fazendeiros
Serviam de pau mandado
Com ganância no dinheiro
No coração dum cara deste
Não tem amor verdadeiro
O Padre João Zanoto
Que sempre esteve presente
A favor dos oprimidos
Pelos direitos da gente
Celebrou a primeira missa
Deixando o povo contente
Juntos com outros agentes
Da paróquia de Pimenta Bueno
Que sempre estava por dentro
Do que vinha acontecendo
A favor dos lavadores
Em defesa dos pequenos.
Eu venho agora f alar –
Como nasce a esperança
No ano de oitenta e sete
Se não me falhe a lembrança
Celebra a primeira missa
Na curva da água santa.
Jesus Cristo acompanhando
Dia e noite, noite e dia.
Lutando pelo direito
De trabalho e moradia
Foi lá em oitenta e sete
A primeira romariaCom os primeiros romeiros
Uniram as comunidades
Gente do interior
Dos sertões e das cidades
Jovens, crianças e idosos.
Pessoas de todas as idades.
Amigos quero lembrar
Como tudo começou
Nossos acontecimentos
Do jeito que se passou
Pois na mente do poeta
Traz a força do criador
Foi lá por setenta e seis
O conflito começado
Posseiros em busca de terras
Fazendeiros em busca de gado
Transformando a terra fértil
Somente em pasto e mais nada
Alguns anos se passaram
Se não me falhe a memória
Trabalhadores se organizaram
La por volta de uma hora
E tiveram uma grande ideia
Para conservar a historia
Para buscar a historia
Com muita diversidade
Com união da família
De cada comunidade
Foram trabalhando a terra
Com muita dignidade.
Lutando por um direito
De ter casa e moradia
Com amor na consciência
Na luta do dia a dia
Para dar continuidade
Ao direito da família
As igrejas em união
Todos os anos a celebrar
Com oração ecuménica
Que faz gosto de lembrar
No passo a passo da vida
Para junto aglomerar.
Ao relembrar a historia
Preste muita atenção
Se tem uma boa memória
E amor no coração
Não podemos desviar
A força da união.
Também não posso esquecer
Nem sequer um só momento
Que juntos com os posseiros
Chegou o desmatamento
Que deixa nossa terra fértil
Em chão seco terra e vento.
A busca da água santa
Nosso espelho de nobreza
Nossa vida em abundância
Isto eu falo com certeza
Defendendo o nosso chão
Preservando a natureza
Nossa vida já foi boa
Hoje ela esta suportável
Do jeito que as coisas vão
Vai deixar de ser saudável
Vai faltar Pasto pró gado
Ficar sem água potável.
Alguns que conquistaram a terra
Por ganância no dinheiro
Estão vendendo seu chão
Pegando rumo aventureiro
A onde está indo parar
Nas garras dos fazendeiros
Amigos eu vou deixar
A historia onde esta
Vou voltar lá no passado
Pra gente pode lembrar
A sede que povo tinha
De esta terra conquistar
Foi lá em setenta e seis
Que as famílias começaram
A descobrir esta terra
Armaram barracos e ficaram
Já desbravando as matas
Ate que os jagunços chegaram.
No decorrer da historia
Muitos daqui foram embora
Em busca de novas terras
Conquistar novas vitoria
E por estes passos em falso
Tem gente que hoje chora.
Começaram a grande luta
Pela força do desejo
Com a fome pela terra
Como rato tem por queijo
E foi quando aconteceu
O primeiro dos despejos
Passaram se alguns anos
E as famílias a esperar
O dia em que eles pudessem
Pra suas terras voltar
Ate que chegou o dia
De novamente ocupar.
Já foi em oitenta e três
Já nas décadas de oitenta
Que as famílias resolveram
Fazer novo acampamento
Sem saber que desta vez
Seria mais violento
Quando se fala em posseiros
O leitor deve lembrar
Quando eles aqui chegaram
Para juntos prosperar
Cultivar, plantar na terra
Sua família criar
Quase tudo era mata
Caça e peixes com farturas
Juntos com a mãe natureza
Cultivando agricultura
Por que tudo que Deus faz
E respeitando a criatura
Mais o homem sem respeitar
A obra do criador
Mata a caça e pesca peixes.
Sem carinho sem amor
E quando deveria ser
O primeiro defensor
Os pequenos agricultores
Foi ficando acomodado
Cada um com sua terra
Só defendia seu lado
Deixando de plantar roça
Começando criar gado
Na primeira celebração
Unindo as comunidades
Com muitas pessoas da roça
Das linhas e das cidades
Baseado em uma só fé
Na espiritualidade
Com a presença dos leigos
Com o ardor missionário
Trabalhando dia a dia
Juntamente com os vigários
Que junto com os romeiros
Nunca pensaram no contrario
Uma ideia foi criada
Com a força dos companheiros
Na curva da Agua Santa
Com ardor de justiceiro
Uniram as comunidades
Fincaram o primeiro cruzeiro
Isto foi em oitenta e sete
Com a força e união
De conservar a historia
Todos os anos se repetem
Por força, poder e glória.
Quando se fala em poder
Na base da esperança
Sente uma força divina
A gente volta a ser criança
Suportando toda luta
Ficando bem na lembrança
Pois tinha muitas famílias
Com amor no coração
Para tirar seu sustento
Através da união
Para plantar e colher
Produzir sua a alimentação
E quando de ano a ano
Com certeza sempre lembro
Reunimos em romaria
Sempre no fim de Setembro
Para seguir na esperança
Quando juntos venceremos. Com a sequência da historia
A multidão foi crescendo
Sempre no ultimo domingo
Aqui juntos estaremos
Faz ate gosto lembrar
O nosso mês de setembro
A celebração e ecuménica
Toda igreja é convidada
Para juntos celebrar
A vitoria conquistada
Sempre com a abertura
La na curva da estrada
Esta estrada de que falo
Você deve se lembrar
Foi a onde passo a passo
Começamos a conquistar
O direito de colher
A certeza de plantar
Nossa Historia vai em frente
Não pode parar aqui
Pois sempre todos os anos
Vamos voltar a reunir
Pois quem a credita em Deus
Nunca deve desistir. A esperança vence o medo
A vida vence a morte
Pois quem acredita vence.
Troca o azar pela sorte
Com dança, musica e fé.
Cada vez somos mais forte
Vou terminando a história
Com as forças do infinito
Acredite quem quiser
No que aqui foi dito.
Tudo que nós falamos
Foi dom que Deus nos deste
No coração da Amazônia
Estado de Rondônia
Nasceu São Felipe D´Oeste.
Já vou parar por aqui.
Onde eu sou pioneiro
Amanhã eu continuo
Outra historia companheiro
Foi lutando que aprendi
Errando sempre acertei
Resolvi continuar
Reparando quando errei
Enquanto o poeta
Ir em frente com a luta
Responsável com a vida
A conquista e a disputa
De Hoje em diante sei
A vitoria esta com nois
Sempre forte com amor
Imagine nossa voz
Livre dos opressores
Vamos sempre mais veloz
A certeza desta luta contra o tirano feroz.
E nos dias mais recentes.
Do mundo em que vivemos
Imaginem vocês
Vivendo em armonia
A paz tão desejada
Liberdade conquistamos
Do fundo do coração
O onipotente agradecemos
Rompedo as barreiras desta vida
As vezes errando acertei
Pois resolvi continuar
Onde o senhor me conduz
Sendo forte na batalha
Ouvindo o senhor Jesus
Daqui em diante sei
A vitoria é mais que certa
Rompe a luta como nobre
Olhando sempre para os pobres
Com força fé para lutar
Hoje e sempre vamos sonhar
A nossa frente o senhor Jesus sempre vai estar.
Autores da história
João Ferreira da Silva
Popular João de Deus
Edivaldo Raposo da Rocha
Edivaldo da Rádio